sábado, 31 de janeiro de 2009

"LE MUSICIEN LE PLUS POÈTE QUI FUT JAMAIS"

Foi com esta frase que Franz Liszt se refere a Franz Schubert: "o mais poeta dos músicos de sempre". Embora sua genialidade seja reconhecida hoje em dia, Schubert foi mais um artista incompreendido pelos seus contemporâneos. E a primeira vista, o que se poderia esperar dele? Não era um anjo devasso como Mozart, nem tinha o temperamento vulcânico de Beethoven e muito menos a determinação e a coragem de Wagner. Era tímido, media 1,65m, usava pequenos e ridículos óculos ovais e, dizem, era péssimo pianista. Mas a primeira impressão das pessoas geralmente está equivocada. A musica de Schubert é repleta de improvisos geniais, além de conter muito romantismo e poesia.
No entanto sua obra continua a ser incompreendida, mesmo em nossos dias: embora seja cultuado por uma elite, ainda permanece desconhecido para a maioria. E eu não estou dizendo que é só um problema no sistema. O mesmo preconceito cultural existente no século dezessete permanece hoje em uma escala preocupante. Em nossa época, as pessoas não criticam os autores, mas suas próprias aptidões para ouvirem essas musicas. Têm o conceito de que musica erudita é coisa de pessoas ricas, ou estudadas, ou mesmo de homossexuais. Dessa forma diminuem a si próprios e não se permitem um crescimento pessoal. Não estou dizendo que todos devemos abandonar a cultura pop (que também sofre injustiças por ser considerada demasiada vazia), mas que pelo menos uma vez tentemos sentir novas emoções, conhecer outros estilos e nos apaixonar por novas demonstrações artísticas. Abaixo tem um vídeo da obra Erlkönig, uma das mais apreciadas em todo o mundo. Você também pode ouvir uma versão instrumental, clicando aqui.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ARTE NO FERRO-VELHO

Os robôs tem sido uma figura constante na infância e na vida de todos nós. O sonho de replicar a mente humana é representada claramente nos filmes, desenhos animados e livros. No cinema, a ficção cientifica já criou robôs de todas as formas e aparências. Entre os robôs com a melhor interface estão o Exterminador do Futuro, R2D2 de Star Wars, os Sentinelas de X-Men e Transformers. No entanto existem outros que não são tão bem construídos. Falando francamente, eles se parecem muito mais com um ferro-velho ambulante. Entre os mais famosos estão:



Rose, de os Jetsons------ Rodney, de Robos ----------------------Wall-e


Não sei se esses personagens foram fonte de inspiração, mas tem artistas criando novos personagens com as mesmas características. Foi o casal Nicholas e Angela, de Kansas City, no estado americano do Missouri, que criou robôs-esculturas a partir de objetos encontrados em antiquários e lojas de objetos usados. São os Nerdbots. São esculturas muito legais. Vocês podem ver as fotos clicando aqui.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

“UM CHECK-UP GERAL NA SITUAÇÃO”

“Acabei de dar um check-up geral na situação/ O que me levou a reler Alice no País das Maravilhas.” Assim cantou Raul Seixas nos primeiros versos de Check-up (A Pedra do Gênesis – 1988). Suas palavras demonstram não só a popularidade da obra de Lewis Carroll, como também o seu profundo conteúdo. É interessante pensar que sua obra durante muito tempo foi considerada apenas mais um livro infantil.


A história de Alice se originou em 1862, quando Lewis Carroll fazia um passeio de barco no rio Tâmisa com sua amiga Alice Pleasance Liddell (com 10 anos na época) e suas duas irmãs. Lá ele começou a contar uma história que deu origem à atual. A Alice do mundo real pediu-lhe que ele lhe escrevesse o conto.

Dodgson atendeu ao pedido e em 1864 ele a presenteou com um manuscrito chamado Alice's Adventures Underground, ou As Aventuras de Alice Embaixo da Terra. Mais tarde ele decidiu publicar o livro e mudou a versão original, aumentando de 18 mil palavras para 35 mil, notavelmente acrescentando as cenas do Gato de Cheshire e do Chapeleiro Louco.


Foi tamanho o sucesso de Alice no País das Maravilhas que o livro foi traduzido para mais de 50 línguas e ganhou muitas adaptações (incluindo um filme que será lançado em 2010). Este sucesso todo se deve aos muitos enigmas usados durante toda a história, o que gera muitas teorias e discussões. Foram duas as que me fizeram mais sentido:
Uma das interpretações diz que a história representa a adolescência, com uma entrada súbita e inesperada (a queda na toca do coelho, iniciando a aventura), além das diversas mudanças de tamanho e a confusão que isso causa em Alice, ao ponto de ela dizer que não sabe mais quem é após tantas transformações (o que se identifica com a psicologia adolescente).
A outra diz respeito a um teor mais politico. Protesta-se contra democracia (mostra os personagens se envolvendo em longas discussões, sem encontrar uma solução para os problemas) e a monarquia (personagens tendo de agradar aos gostos mais esdrúxulos de uma rainha cruel).

Fica claro que Alice no País das Maravilhas não é apenas mais uma estória infantil. Tem um significado tão profundo, que é provável que cada pessoa seja capaz de formular as suas próprias teorias sobre o significado do livro. Aconselho a todos a lerem esse livro e descobrirem todas as maravilhas descritas por um sonhador.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A MAIS IMPROVÁVEL DAS PAIXÕES

Essa semana eu fui assistir ao filme Crepúsculo, cheio de expectativas devido a tudo o que eu li e ouvi falar. A primeira coisa que me chamou a atenção ao ir ao cinema teve pouco a ver com o filme: foi o público. Um público formado quase que exclusivamente por adolescentes do sexo feminino na faixa dos 15 a 20 anos. Me senti um peixe fora d’água. Mas é esse o público alvo da diretora Catherine Hardwicke, que esteve a frente de outros filmes adolescentes como “Os Reis de Dogtown” e “Aos Treze”. Portanto, se você não atende a esses requisitos, entenderá muito bem o meu desconforto.

O filme mostra o improvável romance entre um vampiro e uma adolescente. É bom ter isso em mente ao assistir ao filme: trata-se de um romance adolescente. Portanto se você estiver esperando algo parecido com outros filmes de vampiro, você vai se decepcionar. Geralmente os filmes de vampiro mostram lutas fantásticas com muito sangue e mortes (um exemplo é a carnificina de Blade). Também costumam ter um ambiente negro e aterrorizador. Mas Crepúsculo não tem nada disso. Nem ao menos tem um vampiro extremamente sedutor ou cenas sensuais (como nos filmes clássicos do Drácula). É um romance num olhar adolescente: Bella passa por um momento de mudanças quando sua mãe se casa novamente e ela passa a morar com o seu pai na pequena cidade de Forks. Na nova escola ela conhece Edward e o amor acontece. O cenário nos lembra o seriado Smalville, pois se passa em uma cidade pequena onde coisas singulares acontecem devido a presença dos vampiros que tentam a todo o custo manter-se ocultos do resto do mundo.

Portanto é um bom filme, mas não se deve criar muitas expectativas em torno dele. Se você procura um filme com um romance consistente ou maduro, você ira se decepcionar. Se procura um filme com suspense, terror, ação ou mesmo com bons efeitos especiais, você irá se decepcionar. O filme é muito bom dentro daquilo que está disposto a mostrar: um romance adolescente e nada mais.
Ficha Técnica
Crepúsculo (Twilight, 2008)
Gênero: Romance
Duração: 120 min
Origem: EUA
Estréia - EUA: 21 de Novembro de 2008
Estréia - Brasil: 19 de Dezembro de 2008
Estúdio: Paris Filmes
Direção: Catherine Hardwicke





segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

SEXO, AMOR E ARTE

Sexo e amor são temas prevalecentes em todas as artes. No entanto, referir-se a esse assunto pode ser um grande desafio. Somente grandes artistas conseguem tornar sua obra algo deslumbrante, e não apenas pornografia. Mas como definir arte, quando o assunto é sexo? A linha é tão tênue, que quase torna impossível uma definição exata. Veja o caso da musica, por exemplo. As mesmas regras que chamam de baixaria versos como “Vai me enterrar na areia?/Não, não, vou atolar./To ficando atoladinha.” (Atoladinha – Bola De Fogo) e “Eu vou passar cerol na mão, assim, assim/Vou cortar você na mão, vou sim, vou sim/Vou aparar pela rabiola, assim, assim/E vou trazer você pra mim, vou sim, vou sim/Eu vou cortar você na mão/Vou mostrar que eu sou tigrão/Vou te dar muita pressão/Então martela, martela, martela o martelão” (Cerol Na Mão – Bonde Do Tigrão), é capaz de aprovar versos como: “Joga merda na Geni/Joga bosta na Geni/Ela é feita pra apanhar/Ela é boa de cuspir” (Geni E O Zepelin – Chico Buarque). Como diferenciar? Eu sei que todos que amam MPB (assim como eu) dirão que o que eu estou dizendo é um crime. Mas ao ouvir algumas musicas que fala sobre sexo, eu acabo pensando o que todo mundo pensa quando vê um quadro de arte moderna: “até eu seria capaz de fazer um troço desse!” Mas é arte e deve ser respeitada. No entanto, somente os grandes poetas são capazes de falar sobre sexode forma esplêndida. Entre eles está o cantor e compositor Leoni. Autor de belas letras de musicas, uma das mais belas fala sobre sexo. Espero que gostem.

Soneto Do Teu Corpo
(Leoni/Moska)

Juro beijar teu corpo sem descanso
Como quem sai sem rumo prá viagem.
Vou te cruzar sem mapa nem bagagem,
Quero inventar a estrada enquanto avanço.

Beijo teus pés, me perco entre teus dedos.
Luzes ao norte, pernas são estradas
Onde meus lábios correm a madrugada
Pra de manhã chegar aos teus segredos.

Como em teus bosques. Bebo nos teus rios.
Entre teus montes, vales escondidos,
Faço fogueiras, choro, canto e danço.

Línguas de lua varrem tua nuca,
Línguas de sol percorrem tuas ruas.
Juro beijar teu corpo sem descanso

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

UM GÊNIO INJUSTIÇADO

O "maior diretor de todos os tempos". Foi dessa forma que a The Screen Directory, uma das mais sérias e respeitadas publicações sobre cinema do mundo, definiu Alfred Hitchcock. Embora atualmente seja considerado dessa forma, nem sempre ele teve esse reconhecimento.
Sua estréia foi em 1926 com o filme The Lodger: A Story of the London Fog (O Inquilino), baseado nos assassinatos de Jack, o Estripador. Apartir daí, Alfred Hitchcock se destacou por usar técnicas revolucionárias como o 3D (um exemplo é Disque M para Matar). Se tornou um dos principais diretores ingleses e em 1929 foi o preimeiro a dirigir um filme sonoro britânico – Blackmail (Chantagem e Confissão). Seu sucesso o levou a Hollywood em 1939. Neta época ele fez os seus filmes mais famosos: Rebecca, a Mulher Inesquecível(1940), Disque M Para Matar (1954), Janela Indiscreta (1954), O Homem Que Sabia Demais (1956), Intriga Internacional (1959), Psicose (1960), Os Pássaros (1963).
No entanto, jamais ganhou o tão sonhado Oscar. O único premio que Alfred Hitchcock recebeu foi o NYFCC Award (Associação de Críticos de Nova York) pelo filme The Lady Vanishes (A dama oculta) em 1938. Realmente é um grande filme. Conta a história de Iris que conhece Sra. Froy numa viagem de trem. No entanto, em certo momento a Sra. Froy desaparece e é substituida por uma outra pessoa usando as mesmas roupas. Este filme marcou a despedida de Hitchcock do cinema inglês. Vale a pena assistir.

Ficha Técnica
Titulo The Lady Vanishes (A dama oculta)
Reino Unido 1938 p&b 97 min
Direção Alfred Hitchcock
Elenco Margaret Lockwood, Michael Redgrave, Paul Lukas
Género suspense
Idioma inglês

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

TODAS AS FACES DO AMOR

Os gregos dispunham de quatro palavras para definir o amor. A primeira palavra grega também dava o nome ao deus do amor: Éros (Culpido); refere-se ao amor romântico — o amor entre os sexos. A segunda é storgé, amor entre os membros da família. A terceira é filía, referindo-se à afeição sentida por amigos. E a quarta é agápe, um amor baseado em princípios, ao invés de nas emoções ou egoísmo.


Os escritores clássicos do grego, tais como Platão, Sócrates e Aristóteles usaram repetidas vezes a palavra éros em seus escritos. No entanto, o mais lido dos livros escritos originalmente em grego, a Bíblia, fala pouco sobre o amor éros – em sua maioria refere-se a agápe. Muitas pessoas acreditam que a Bíblia não fala sobre o amor romântico, mas é possível encontrá-lo em vários relatos. Uma dessas histórias é de uma sulamita que amava um jovem pastor. Note suas palavras:


“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é tão forte como a morte, a insistência em devoção exclusiva é tão inexorável como o Seol. Suas labaredas são as labaredas de fogo, a chama de Jah. Mesmo muitas águas não são capazes de extinguir o amor, nem podem os próprios rios levá-lo de enxurrada.” — Cântico de Salomão 8:6, 7.


Outro exemplo notável desse tipo de amor é o caso de Jacó, que pelo visto apaixonou-se da bela Raquel à primeira vista. De fato, “Jacó passou a servir sete anos por Raquel, mas eles se mostraram aos seus olhos como apenas alguns dias, por causa do seu amor por ela”. — Gênesis 29:17-20.


O maior poeta da língua portuguesa, Luis de Camões, se inspirou nesse relato para escrever este soneto:

Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prémio pretendia.


Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando se com vê la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.


Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assi negada a sua pastora,
como se a não tivera merecida;


começa de servir outros sete anos,
dizendo: —Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida.

sábado, 17 de janeiro de 2009

O PODER DA MÚSICA CONTRA A FORÇA DO PRECONCEITO

Seria a música capaz de vencer o preconceito? Esta é uma pergunta que talvez unca saibamos a resposta. Talvez porque o preconceito é sempre relacionado a numeros, lugares e estatisticas. Mas o preconceito não está numa folha de papel ou em um mapa. Por isso eu diria que a música poderia vencer o preconceito, mas não é uma arma eficaz quando usada sozinha. Foi isso que o jazista Nat King Cole descobriu em 1956.

Numa turnê pelos Estados Unidos, Nat King Cole passou pelo Texas, onde a segregação racial obrigava a platéia a se dividir: de um lado ficavam os brancos, do outro, os negros. Já no Alabama a regra era outra; Nat teria de fazer dois shows: um somente para brancos, e outro para negros. O primeiro show mal tinha começado quando cinco homens entraram no palco e agrediram o pianista. Como a policia demorou a intervir, Nat teve que lutar para se defender.

Não bastasse ter sido vitima de violência, posteriormente Nat foi criticado por militantes negros por ter aceitado a segregação da platéia em seus shows. Ao responder que era um artista, não um policial, e que sentia que poderia contribuir para a causa dos direitos civis dos negros, cantando para platéias brancas, o pianista os irritou ainda mais. No Harlem, em Nova York, seus discos chegaram a ser removidos das jukeboxes de alguns bares e foram esmagados.




“Sempre acreditei que, cantando para negros ou brancos, separados ou não, eu contribuiria de alguma forma para atenuar as tensões entre eles. Naquela noite, em Birmingham, descobri que nenhum dos dois lados pensava como eu. Foi uma descoberta dolorosa.”



sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

CÉLULAS QUE MOVIMENTAM O TODO

Muitas pessoas que conversam comigo a respeito de cinema (é o meu assunto favorito), tem a mesma opinião a respeito do cinema nacional: uma porcaria. Eu discordo totalmente. Me atreveria a dizer que atualmente ele está superando o americano em muitos aspectos. A fotografia é sempre fantástica e muitos filmes tem roteiros incríveis, muitas vezes baseados em livros de sucesso. Um grande exemplo é o longa Meu Nome Não é Johnny. No entanto, temos muitos problemas, principalmente em sentido estrutural. Por isso, ainda depende de grandes empresas para apoiar os projetos e, muitas vezes, também precisa da colaboração de pessoas apaixonadas e talentosas. Uma dessas pessoas é o Jô Soares, que hoje completou 71 anos. Entre suas muitas atividades, Jô se destaca como um grande humorista, ator, pintor, apresentador de televisão, diretor teatral e escritor. No cinema, ele teve uma preciosa contribuição em 22 filmes, entre eles está O Xangô de Baker Street, o qual ele escreveu e atuou. Vale a pena acompanhar esse grande talento nacional.

1954 - Rei do Movimento, de Victor Lima e Hélio Barroso
1956 - De Pernas pro Ar, de Victor Lima
1957 - Pé na Tábua, de Victor Lima com roteiro de Chico Anysio
1959 - Aí Vêm os Cadetes, de Luiz de Barros
1959 - O Homem do Sputnik, de Carlos Manga
1960 - Vai que é Mole, de J. B. Tanko
1960 - Tudo Legal, de Victor Lima
1965 - Pluft, o Fantasminha, de Romain Lesage a partir do texto teatral de Maria Clara Machado 1965 - Ceará Contra 007, de Marcos Cesar
1968 - Hitler III Mundo, de José Agrippino di Paula
1968 - Papai Trapalhão, de Victor Lima
1969 - Agnaldo, Perigo à Vista, de Reynaldo Paes de Barros
1969 - A Mulher de Todos, de Rogério Sganzerla
1971 - Nenê Bandalho, de Emílio Fontana a partir de uma curta história de Plínio Marcos
1973 - Amante Muito Louca, de Denoy de Oliveira
1979 - Tangarela, a Tanga de Cristal, de Lula Campelo Torres
1976 - O Pai do Povo, com roteiro e direção de Jô Soares
1986 - Cidade Oculta, de Chico Botelho, com participação de Arrigo Barnabé
1995 - Sábado, roteiro e direção de Ugo Giorgetti
2001 - O Xangô de Baker Street, produção cinematográfica a partir do romance homônimo de Jô, com direção de Miguel Faria Júnior. O filme contou com as participações internacionais de Maria de Medeiros e Joaquim de Almeida.
2003 - Person, documentário de Marina Person
2004 - A Dona da História, a partir da peça teatral homônima de João Falcão com direção de Daniel Filho

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

"O REI REGRESSOU"

Com essas palavras, Rafiki, em O Rei Leão, anuncia o retorno de Simba ao poder régio. Esta cena se repete em Madagascar 2, com uma diferença básica: o leão Alex não faz idéia de onde está e do que está acontecendo. Vou evitar falar muito sobre o filme, para não estragar a surpresa de quem ainda não foi ao cinema. Mas eu posso dizer que é uma das melhores animações já criadas (superando, inclusive, o primeiro filme).

O filme retoma exatamente no mesmo ponto terminado do primeiro filme. Com mais um dos planos mirabolantes da equipe de pingüins, todos os personagens do primeiro filme tentam voltar para Nova York, mas vão parar na África. Todos eles encontram hilárias surpresas, que divertem a todos os espectadores. Vale a pena assistir.

Ficha Técnica
Título Original: Madagascar: Escape 2 Africa
Gênero: Animação
Tempo de Duração: 89 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Estúdio: DreamWorks Animation / Pacific Data Images
Distribuição: Paramount Pictures / DreamWorks Distribution / UIP
Direção: Eric Darnell e Tom McGrath
Roteiro: Etan Cohen
Produção: Mireille Soria e Mark Swift
Música: Hans Zimmer
Edição: Mark A. Hester
Elenco (Vozes)
Ben Stiller (Alex)
Chris Rock (Marty)
David Schwimmer (Melman)
Jada Pinkett Smith (Gloria)
Sacha Baron Cohen (Rei Julien)
Cedric the Entertainer (Maurice)
Andy Richter (Mort)
Bernie Mac (Zuba)
Alec Baldwin (Makunga)
Sherri Shepherd (Mãe de Alex)
Will i Am (Moto Moto)
Elisa Gabrielli (Vovó)
Chris Miller (Kowalski)
Willow Smith (Gloria - bebê)
Thomas Stanley (Marty - bebê)
Zachary Gordon (Melman - bebê)
Heloísa Perissé (versão brasileira)
Sérgio Loroza (versão brasileira)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

OS ALEGRES VERSOS DO POETA DA MORTE

Se alguém me perguntasse onde está a perfeição na literatura, eu responderia em apenas uma palavra: Sonetos. Sua simplicidade e pureza são capazes de arrebatar a mente e o coração de todos que desejam vislumbra-lo. E se me perguntasse quem foi o melhor autor de sonetos, eu não saberia dizer, mas com certeza indicaria a este cargo Luís de Camões e William Shakespeare. Mas há um brasileiro que criou um dos mais belos conjuntos de sonetos: Augusto dos Anjos.
Sua genialidade é claramente percebida pela maneira em que compunha: costumava compor "de cabeça", enquanto gesticulava e pronunciava os versos de forma excêntrica, e só depois transcrevia o poema para o papel. Fazia isso de forma tão vívida, que sua irmã pensava que ele estava doido. Mas sua sanidade é claramente vista em seus versos. Por exemplo, um exemplar de sua obra faz parte da biblioteca da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, por causa dos termos científicos que Augusto dos Anjos utilizava em suas composições. Aos vinte e oito anos, publicou o seu único livro de poemas, intitulado EU. O tema deixa claro que sua poesia tentava expor todos os sentimentos e frustrações dentro do próprio ser (diferentemente da maioria dos autores da época, que concentravam numa outra pessoa o fundamento de seus versos). Sua poesia era tão triste e agressiva que ele foi chamado de “o poeta da morte e da melancolia”. Mas há alguns sonetos fogem a essa regra. Abaixo você verá um dos poucos poemas felizes de Augusto dos Anjos. Espero que gostem.


NOIVADO

Os namorados ternos suspiravam,
Quando há de ser o venturoso dia?!
Quando há de ser?! O noivo então dizia
E a noiva e ambos d'amores s'embriagavam.

E a mesma frase o noivo repetia;
Fora no campo pássaros trinavam.
Quando há de ser?! E os pássaros falavam,
Há de chegar, a brisa respondia.

Vinha rompendo a aurora majestosa,
Dos rouxinóis ao sonoroso harpejo
E a luz do sol vibrava esplendorosa.

Chegara enfim o dia desejado,
Ambos unidos, soluçara um beijo,
Era o supremo beijo de noivado!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

VALE A PENA VER DE NOVO... A SAGA DE UM HERÓI ESTEREOTIPADO

Primeiramente, gostaria de pedir desculpas aos nossos leitores o tema acima. Talvez, ele possa indicar que o filme que iremos comentar é um filme para ser assistidos muitas e muitas vezes, o que com certeza não é o caso. Eu também não estou dizendo que o filme é ruim. Simplesmente o filme mostra algo que todo mundo já viu muitas e muitas vezes. E isso não é algo negativo. VALE A PENA ver de novo. Apenas é bom ter em mente que ele não vai acrescentar nada ao que já estamos habituados a ver no cinema.

Foi esse o sentimento que eu tive logo ao ver o cartaz no cinema. Quando eu vi o tema: BUSCA IMPLACÁVEL, pensei em como os temas de filme sempre tem uma união de palavras semelhantes a essa (tipo Perseguição Mortal, Busca Explosiva, Condenação Brutal, etc). E logo veio aquela frase em minha mente: "eu já vi isso". Também ao ver o personagem principal fazendo cara de mau e empunhando a sua arma, o mesmo pensamento: "eu já vi isso". Também, a frase de efeito no cartaz: Ele fará tudo para ter sua filha de volta. "Eu já vi isso".

Aí veio toda a trama do filme. Ex-agente do governo, um dos melhores na sua época, agora se vê aposentado, com problemas familiares e tentando reconquistar o amor de sua filha. Eu já vi isso. Agora tem que resgatar sua filha de uma quadrilha que faz trafigo humano, enfim tudo o que é possível ver em qualquer outro filme. Mas é um bom filme, embora você só vai assistir uma vez e só vai lembrar dele quando passar no comercial da Tela Quente.

Ele nos lembra, ainda que levemente, o estereótipo dos heróis do cinema dos anos 80. Sabe como é, os caras bons de briga que são capazes de desafiar todo um sistema, toda uma nação, apenas para que a justiça seja feita. São todos assim. Máquina Mortífera, Duro de Matar, Bad Boys, Rambo e assim por diante. É interessante que todos esses filmes receberam versões modernas com seus heróis enfrentando os desafios de terceira idade (até Indiana Jones entrou nesse bonde). Talvez uma exceção seja o Máquina Mortífera, mas em seu último filme Mel Gibson estava muito mais comportado e experiente, diferentemente do policial com desejos suicidas do primeiro filme. Busca Implacável se assemelha levemente com essas versões; tem até uma cena em que o personagem principal fica ofegante ao dar uma corrida por alguns quarterões. Mas como qualquer outro filme do gênero, ele é bom de briga e enfrenta todos os desafios com grande facilidade, triunfando sem receber nenhuma ajuda.

É um filme bom, mas fica muito atrás dos filmes estrelados por Liam Neeson, como Cruzada, Batman Begins, Star Wars I e A Lista de Schindler. Eu daria nota 7.
Gênero: Suspense
Duração: 93 min
Origem: França
Estréia - França: 27 de Fevereiro de 2008
Estréia - Brasil: 03 de Outubro de 2008
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Pierre Morel
Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Produção: Luc Besson, India Osborne

sábado, 3 de janeiro de 2009

Primeira Postagem Filmada

É isso aí, pessoal. Estou indicando um ótimo filme. Vejam os comentários e um trecho do filme.





Ficha Técnica
Título Original: Cloverfield
Gênero: Ação
Tempo de Duração: 85 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.cloverfieldmovie.com
Estúdio: Bad Robot / Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures / UIP
Direção: Matt Reeves
Roteiro: Drew Goddard
Produção: Bryan Burk e J.J. Abrams
Fotografia: Michael Bonvillain
Desenho de Produção: Martin Whist
Direção de Arte: Doug J. Meerdink
Figurino: Ellen Mirojnick
Edição: Kevin Stitt
Efeitos Especiais: Double Negative / Fugitive Studios / The Third Floor / Tippett Studio


Elenco
Lizzy Caplan (Marlena Diamond)
Jessica Lucas (Lily Ford)
T.J. Miller (Hudson "Hud" Platt)
Michael Stahl-David (Rob Hawkins)
Mike Vogel (Jason Hawkins)
Odette Yustman (Beth McIntyre)
Margot Farley (Jenn)
Theo Rossi (Antonio)
Brian Klugman (Charlie)
Kelvin Yu (Clark)
Liza Lapira (Heather)
Lili Mirojnick (Lei)
Ben Feldman (Travis)
Chris Mulkey (Tenente-coronel Graff)
Anjul Nigam
Blake Lively