quarta-feira, 30 de junho de 2010

ROBIN HOOD: A HISTÓRIA E O MITO

Num bosque particular junto à mansão Kirklees, em Dewsbury, no condado britânico de Yorkshire, os visitantes deparam com um monumento alquebrado: protegida por um cercadinho de ferro, a lápide contém um epitáfio de causar taquicardia nos interessados:


"Aqui, sob esta pedra,
Jaz Robert, barão de Huntingtun
Nenhum arqueiro foi tão bom quanto ele
Chamavam-no de Robin Hood
Fora da lei como ele e seus homens
A Inglaterra jamais verá outra vez"

A fama do bandido benfeitor prospera desde meados do século 14, a partir de poemas, baladas e contos. Robin promovia uma campanha de roubos espetaculares a viajantes na floresta de Sherwood, em Nottingham (no condado vizinho a Yorkshire), e repartia o butim com os mais pobres, desafiando a autoridade do príncipe e depois rei João I (um dos mais controversos monarcas ingleses, que comandou a nação entre 1199 e 1216) e a do tirânico xerife local. Mas os turistas que fotografam o túmulo do arqueiro (gravado em inglês arcaico e datado de 1247) só podem estar certos de levar para casa o suvenir e uma suposição. A lápide foi erguida no século 18, baseada no marco construído no ponto onde teria caído a última flecha disparada pelo herói agonizante, vítima da traição da prima, madre superiora do antigo convento de Kirklees.

Mais de meio milênio após as primeiras citações conhecidas a seu nome, é inegável o fascínio que Robin Hood ainda provoca. Seja como metáfora para identificar medidas de redistribuição de renda (a exemplo da pretendida taxação sobre transações financeiras internacionais para abastecer países subdesenvolvidos, o imposto Robin Hood), seja para apelidar iniciativas de banditismo social, como a do hacker da Letônia que, em fevereiro, vazou informações sobre os valores dos bônus pagos a executivos de seu país.
Segundo o historiador James Clarke Holt, um dos maiores especialistas no medievo britânico, variações como "Robehod", "Hobehod", ou "Robert Hod, fugitivo" aparecem nos registros legais de algumas comunidades inglesas, em diferentes partes do país, já na primeira metade do século 13. Holt sustenta que isso indicaria o uso da figura para descrever comportamento criminal. Num desses registros, na documentação de Yorkshire referente a 1225/1226, Robert Hod é identificado como um inquilino do arcebispo de York, a quem devia dinheiro.

Na literatura, Robin foi citado inicialmente em 1377, no poema Piers Plowman, de William Langland. Trata-se de menção curta. Ele só vira protagonista na balada Robin Hood and the Monk ("Robin Hood e o monge"), de 1450, já com o xerife de Nottingham como rival imediato e ambientada em Sherwood. O primeiro registro impresso preservado data de 1475: a coleção de histórias The Adventures of Robyn Hode ("As aventuras de Robyn Hode"), que delineia seu comportamento heróico.

Nas antigas descrições, Robin aparece ora ao lado dos comparsas, ora sozinho na mata. Varia de comportamento e tática, alternando-se entre bandido cruel (capaz de decapitar os inimigos e exibir as cabeças como troféus) e astuto. Para Stephen Knight, historiador da Universidade de Cardiff, há sentido por trás dessas contradições. "Quando falamos em Robin Hood, não estamos nos referindo apenas a um homem, mas sim a mais de 600 anos de desenvolvimento de conceitos e sentimentos. Ele representa ideais utópicos de justiça e liberdade. É uma construção social, um mito. Inventado e reinventado ao longo dos séculos", diz o autor de Robin Hood: a Mythic Biography ("Robin Hood: uma biografia mítica"), As narrativas que pintam o arqueiro mais agressivo são resultado de um contexto social turbulento. A Inglaterra do século 14 é marcada pela devastação causada pela Peste Negra e pelo ônus da Guerra dos Cem anos contra a França. Havia ainda tensões internas devido ao crescente descontentamento com as condições de servidão feudal, o que resultaria na Revolta dos Camponeses (1381), principal insurreição inglesa. O estopim foi a criação de um novo imposto de 5 centavos de moeda por cabeça.

No século 16, porém, o perfil de Robin passa por uma espécie de suavização. Ele aparece nas crônicas como um nobre (barão) desterrado e renegado defendendo o poder de Ricardo Coração de Leão (que reinou entre 1189 e 1199) do usurpador príncipe João (quando seguiu para lutar na Terceira Cruzada, Ricardo deixou o irmão no comando de condados como Nottinghamshire). O arqueiro vira um bandido conservador - vítima dos abusos do xerife local e do príncipe, que lhe cassaram direitos -, que defendia a estrutura tradicional de poder. "A partir do século 17 surgem representações intercaladas e mesmo versões com um Robin pós-Reforma, inimigo da Igreja. O mais interessante é que ele se tornara um símbolo em momentos de opressão popular promovidos por reis absolutistas e nobres inescrupulosos ou resultado das agruras do capitalismo", afirma Knight.

A fama do arqueiro, inclusive, parece proporcional ao descontentamento do povo. Thomas Hahn, professor da Universidade de Rochester e um dos fundadores da Associação Internacional de Estudos sobre Robin Hood, insiste que a popularidade do personagem cresce no mesmo ritmo que a frustração da massa com a vida na sociedade capitalista. "O apelo de Robin Hood vem de desejos primários por justiça e igualdade. Embora tal utopia tenha origens na Idade Média, ela é ampla e profunda o suficiente para povoar a imaginação de indivíduos de todas as épocas e lugares. No geral, ela representa posições anti-hierárquicas. É uma fantasia baseada no escapismo", diz Hahn.

Estudiosos encontram fontes de inspiração para o arqueiro nas histórias de alguns fora da lei e figuras históricas como William Wallace, herói escocês, ex-proprietário de terras que seria um dos líderes da 1° Guerra de Independência (1296-1328). Há comparações desde o século 15. "São semelhanças fabulosas. Wallace e Robin, por exemplo, vestem-se de mulher para escapar dos inimigos numa de suas aventuras. Ambos roubavam e matavam nas estradas e lutavam contra o imperialismo inglês. Uma pista está na idealização de Robin como alguém disposto a brigar contra um rei usurpador, atrás de unidade nacional, o que tem muito mais a ver com a realidade medieval escocesa que a inglesa", diz Knight.

Em busca do Robin de carne e osso, historiadores também questionaram as faces do mito. No ano passado, o acadêmico australiano Julian Luxford contestou o bom-mocismo do arqueiro. Examinando um volume do Polychronichon (uma enciclopédia de história e teologia com origens no século 14), ele deparou com anotações de rodapé feitas por um monge católico sugerindo que o fora da lei e seu bando não eram queridos entre os pobres e oprimidos. Até porque também seriam suas vítimas, não apenas os ricos. "Em vez de citar o herói revolucionário que conhecemos, a inscrição fala em como um fora da lei chamado Robin Hood infestava Sherwood e outras áreas da Inglaterra [há quem diga que ele agia também na floresta de Barnsdale] com seus asseclas. Trata-se da primeira referência histórica real livre de folclore. A literatura original a respeito dele não tem menções sobre roubar dos ricos para dar aos pobres, fala de um ladrão trabalhando em causa própria", diz Luxford.

A escassez de lastro histórico dá espaço a teses como a do historiador John Paul Davis. Ele acaba de publicar um livro sustentando que Sherwood foi escolhida por Robin e seu bando como morada porque eles seriam templários. Viviam escondidos para se proteger da determinação papal de exterminar os membros da ordem de cavalheiros que caíra em desgraça depois de se transformar numa poderosa organização militar. Os templários foram dissolvidos no início do século 14 e o então monarca inglês, Eduardo Il, não costumava perseguí-los como os colegas do continente. Para Davis, o arqueiro era mais sofisticado que um bandido comum. "A perseguição aos templários fez com que milhares de homens se transformassem em fugitivos da noite para o dia. Conformavam-se em viver nos bosques da Inglaterra e, lá, mantinham o senso de organização militar e de orientação para o bem dos cavalheiros", diz o historiador.

"O simples fato de ainda haver estudos sobre Robin é mais relevante que a discussão sobre o que é falso ou verdadeiro. Os nomes dele e do rei Arthur são os únicos de existência histórica não-comprovada que estão no dicionário biográfico da Universidade de Oxford", afirma Luxford. Para Stephen Knight, a autenticidade está justamente na dúvida: "Ele não precisa ter sido de carne e osso. Sua sobrevivência como construção cultural que resistiu por séculos lhe garante existência. Nesse sentido, Robin Hood vive".

terça-feira, 29 de junho de 2010

ARCA DE TIJOLOS

Algumas das imagens mais incríveis do Brick Testament estão na reprodução da história da Arca de Noé. Algumas delas você vê abaixo.









segunda-feira, 28 de junho de 2010

EPISÓDIO 2: O OVO DA MORTE

No dia 24 de novembro, fãs do Sonic nos EUA estavam ansiosos para o "Sonic Twosday", (um trocadilho com Sonic Two e Tuesday - Terça feira) dia do lançamento domais novo jogo do ouriço azul. Apesar desta versão for a primeira que não foi produzida pelo Sonic Team e sim pela Sega Technical Institute nos Estados Unidos (apenas alguns membros do Sonic Team foram até os Estados Unidos para dar uma força no desenvolvimento), Sonic the Hedgehog 2 veio a se tornar um dos maiores sucessos do Mega, e muitos dizem que ele é o maior clássico dos jogos do Sonic e o melhor jogo do Mega Drive.

O Enredo
Depois da ultima luta de Sonic com o Dr. Robotnik, as Chaos Emerald haviam desaparecido (para reconstruir a Ilha do Sul), e reapareceram em outros locais, e desta vez foi descoberta a existência de mais uma.

Sonic conheceu um novo amigo, Tails, um grande fã do ouriço! Eles estavam na floresta fazendo um espetáculo (um show de golpes e habilidades num dia qualquer). Sonic mostrava a todos o seu novo golpe, o Spindash, enquanto Tails tentava acompanhar o ritmo de Sonic. De repente Sonic vira-se e vê que todos os seus amigos haviam sumido! Não há dúvidas: era Robotnik novamente!

Para poder concentrar todo o poder, Robotnik cria o Ovo da Morte (homenagem a Estrela da Morte do Star Wars 4), onde lá coloca a sua nova arma, um Sonic metálico do mal, o Silver Sonic que foi programado para destruir Sonic! Além disso, somente o poder das Chaos Emerald poderia fortalecer o Ovo da Morte. Enquanto isso, o Sonic inicia sua jornada, junto com Tails, passando por novos desafios, perigos, mas consegue vencer tudo!

O amigo de Sonic, Tails, possui uma grande habilidade de construir coisas, e ele acabou construindo um avião que auxiliou o Sonic a chegar até a Fortaleza Voadora de Robotnik (Wing Fortress), que como nome já diz, é uma grande e poderosa fortaleza carregada de perigos para impedir o Sonic de chegar ao Ovo da Morte. Porém, lá ele derrota Robotnik. Agora bastava apenas Robotnik se esconder no Ovo da Morte, era a sua última chance, uma vez que o Sonic conseguiu achar as Chaos Emeralds antes que ele.

Quando Sonic está com todas as Chaos Emerald, ele pode virar o invencível Super Sonic, que seria o Sonic muito mais poderoso. Por essa razão, o Sonic pôde derrotar Robotnik facilmente na Fortaleza Voadora. Porém, no Ovo da Morte não há anéis e lá Sonic não pode se tornar Super. Mas, então, como o Sonic faria para alcançar Robotnik, que havia fugido em sua nave, se o avião de Tails foi atingido antes de entrar na Fortaleza Voadora?

Ao partir para o Ovo da Morte com sua nave o Tails ressurgiu com o seu avião, e auxiliou Sonic a alcançar Robotnik, pegando carona na nave de Robotnik. Quando chega ao Ovo da Morte, Sonic enfrenta o primeiro desafio: o Silver Sonic. Sonic consegue facilmente destruir o robô e enfrenta o Robotnik, então, na batalha final.

Robotnik usa agora um imenso robô, cheio de garras, e super protegido: é a sua arma final. Mas nada é páreo para Sonic! Sonic derrota Robotnik mais uma vez e o Ovo da Morte entra em colapso...

O Sonic corre da Death Egg em chamas! Na Ilha do Sul, todos os animais olham para a explosão no céu. Tails fica olhando, preocupado com o ouriço. O garoto-raposa decide ir buscar Sonic. Enquanto isso, Sonic entra na atmosfera da Terra. Ele conseguiu sobreviver pois estava como Super Sonic. Tails alcança Super Sonic e os dois voam pelo céu. A raposa no biplano e o ouriço através do poder das Chaos Emeralds. Tudo acaba bem!


Características do Jogo
Sonic the Hedgehog 2 trás algumas novidades. Os estágios agora são divididos em duas fases, e não em três como no Sonic the Hedgehog. Também, graças ao Tails, você pode convidar um amigo para jogar numa divertida corrida, e descobrir quem consegue coletar mais anéis, fazer o menor tempo e destruir mais TVs.

A forma de obter as Chaos Emeralds também mudou. Ao longo de cada fase, você encontra postes de estrelas. Estes postes marcam o seu local. Se você morrer, você pode começar deste ponto. Além disso, se você tocar nos postes com cinqüenta ou mais anéis, surgirá um anel de estrelas. Ele é como se você um portal para o Special Stage. Basta pular para atravessá-lo.

O Special Stage também muda. O lugar continua bem psicodélico, mas, dessa vez, Sonic fica correndo por um longo corredor. Nestes estágios terá que pegar anéis para passar pelos três atos. Também há algumas bombas, que fazem você perder anéis. Em cada ato é necessário pegar um certo número de anéis. Se você não conseguir, o estágio acaba. Se você conseguir passsar pelos três atos, a Chaos Emerald é sua. Ao todo são sete estágios diferentes, uma para cada esmeralda.

E aí vai a novidade mais legal do jogo. Ao coletar as sete Chaos Emeralds, Sonic pode transformar-se m Super Sonic. Basta coletar cinqüenta anéis ou mais e pular. Quando estiver no ar, o ouriço mudará de forma. Nesta forma seus anéis serão consumidos, um a cada segundo. Quando os anéis acabarem, Sonic volta ao normal. Super Sonic tem uma super velocidade, que pode até atrapalhar algumas vezes, e é invencível, menos contra os eventos mortais (esmagamento, afogamento, buracos sem fim).

domingo, 27 de junho de 2010

ESCULTURAS INCRÍVEIS

O libanês Toufic Assaad Daher passou anos reproduzindo grandes monumentos da humanidade com palitos de fósforo e foi reconhecido em 2009 pelo Guinness Book, o livro dos recordes, por sua obra. Nesta semana, ele abriu sua exposição em Beirute, no Líbano, seu país de origem. Suas obras têm detalhes incríveis. Abaixo você duas de suas criações: a Torre Eiffel, de Paris o Titanic.



Um grupo de artistas se reuniu no começo do mês, em Berlim, na Alemanha, no Festival Sandsation de Escultura na Areia. O Festival Sandsation reúne escultores de todo o mundo até o dia 29 de agosto. As obras estão expostas à beira do rio Spree. Abaixo você pode assistir uma reportagem de uma TV portuguesa.

sábado, 26 de junho de 2010

INGÊNUO E HILÁRIO

Entre todos os personagens da Turma do Chico Bento, Zé Lelé, o primo de Chico Bento, é sem duvida um dos mais engraçados. Zé Lelé recebeu esse apelido porque ele é ingênuo, meio distraído e, digamos... de inteligência um tanto limitada. Por isso, suas participações são sempre hilárias. Abaixo você vê uma história do Zé Lelé.


sexta-feira, 25 de junho de 2010

GRAVAÇÃO (Carlos Drummond de Andrade)

- PRONTO, tá ligado. Posso começar?
- Pode.
- O senhor se sente realizado?
- Por que você quer saber isso?
- Nada não. O professor é que mandou lhe perguntar.
- O professor tem interesse em saber se eu me sinto realizado?
- Sei não senhor.
- Então diga ao professor que venha me procurar.
- Pra quê?
- Para eu lhe perguntar se ele se sente realizado.
- O senhor vai perguntar isso a ele?
- Vou.
- O senhor também está estudando? Nessa idade, poxa!
- Quê que tem? Toda idade é boa para estudar, a gente não acaba nunca de saber as coisas. Mas não estou estudando não.
- Então por que vai perguntar isso ao professor?
- Porque se ele quer saber se eu me sinto realizado, eu também quero saber a mesma coisa dele. Indiscrição por indiscrição.
- Gozado... Mas se o senhor fizer isso não bota o meu nome no meio, porque vai dar grilo. Vê lá, hem.
- Fique descansado. Não vou comprometer você.
- E o senhor só vai responder a minha pergunta depois de falar com ele? E se ele não responder? Se demorar? Tenho de entregar esta entrevista até quinta-feira.
- Bem, eu respondo agora mesmo.
- Então responde, vamos lá.
- Primeiro eu preciso saber: o que é se sentir realizado?
- O senhor não sabe?
- Para dizer o que eu sinto, quero saber antes se o que eu sinto é o mesmo que se deve sentir quando se está realizado, ou se julga estar. E para isso é preciso saber o que é estar realizado.
- Poxa, não complica.
- Estou complicando, meu querido? Minha intenção era simplificar, esclarecer. O que é mesmo se sentir realizado?
- Ora! Se sentir realizado é... quer dizer... Não sei explicar muito bem, mas o senhor entende, né?
- Mais ou menos. Quer dizer: menos. E você?
- Se o senhor não entende bem, eu é que vou entender?
- Então, como é que eu posso responder?
- Ué, o senhor é o entrevistado, o que sabe das coisas.
- E quando não sei!
- Não sabe se está realizado?
- Não sei nem o que é realizado.
- Corta essa. Não vai me dizer que não tem dicionário em casa.
- Tenho alguns, mas em vez de me tirarem as dúvidas, me acrescentam outras.
- Desculpa, mas o senhor é enrolado, hem! Será que não achou o significado de realizado?
- Achei quatro ou cinco, Quer ver? Olhe aqui, O primeiro é o de coisa ou negócio que se realizou, que se tornou real. Será que me tornei real? E antes não era? Quê que eu era então? Fantasma? Projeto?
- Assim o senhor me funde a cuca.
- Não tenho intenção.
- E os outros significados?
- No fim, está o neologismo, e aí é que - desculpe a expressão, que não costumo usar, mas me deu vontade – aí é que a vaca vai pro brejo. Aqui está: "indivíduo realizado: dito por uma pessoa, de si própria, quando considera ter alcançado todos os seus objetivos no terreno ético ou no de suas atividades profissionais ou artísticas."
- Tá legal.
- Legal no papel, mas e dentro de mim '?
- Dentro do senhor o quê?
- Quais são meus objetivos no terreno ético, ou, mais modestamente, no terreno de minhas atividades profissionais ou artísticas? Tenho objetivos éticos definidos? Quais são? São meus ou me são impostos ou sugeridos pela educação e pela conveniência social ? Se fossem exclusivamente meus, quais seriam? E em minhas atividades práticas ou criativas? Que é que eu pretendo? Pretendo sempre as mesmas coisas? Não mudo de alvo? Não danço conforme a música ou até sem ela e contra ela? Que é que eu sei de positivo a respeito disso, ao longo de minha vida? Que pretendia eu há 20 anos'! Há 10? Na semana passada? Me procure depois de eu morrer. Aí então, posso dar balanço.
- Chega! Chega!
- Estou caceteando você ?
- Não está enchendo não. É que a fita acabou. Até que a entrevista foi bacana, um tremendo barato. O professor vai delirar, a turma também. Um cara que não sabe se está realizado nem o que é realizado! Papo findo, tchau!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O INCOMPLETO

Um dos maiores escultores de todos os tempos, Auguste Rodin, teve a sua primeira obra rejeita. A justificativa? O júri achou que e a obra era um esboço, uma coisa inacabada. Apesar disso, Rodin não desistiu e transformou esse episódio em sua maior característica.

Nascido em Paris, no dia 12 de novembro de 1840, Auguste Rodin fez suas primeiras esculturas na cozinha de sua mãe, com massa que ela usava para fazer pão. Aos 13 anos, aquele que seria um dos escultores mais geniais da história da arte, já tinha aulas numa pequena academia. Interessou-se e estudou também, por conta própria, anatomia humana para utilizar os conhecimentos na elaboração de suas esculturas

Após o episódio citado no inicio, Rodin realizou no ano de 1875 uma viagem à Itália, de importância fundamental para sua futura estatuária. Lá se interessou principalmente pela obra de Michelangelo, mais precisamente pela escultura O Prisioneiro, que o mestre deixou inacabada. Tamanha foi sua influencia que toda a criação de Rodin se basearia no conceito de "non finito".

No entanto, a originalidade e a recusa ao convencional de suas obras para os padrões da época lhe acarretaram vários problemas, como a proibição de expor alguns trabalhos. Abaixo você pode ver algumas de suas obras mais famosas.

O beijo (1886)



Os cidadãos de Calais (1886), uma homenagem aos seis homens que se sacrificaram para
 salvar a cidade francesa de Calais das mãos do Rei Eduardo III da Inglaterra.



O pensador (1880)



A Idade do Bronze (1876), obra que causou polêmica, pois sua perfeição gerou comentários e críticas no meio artístico; muitos afirmaram que Rodin teria usado um modelo vivo como molde.



Toalete de Vênus e Andrômeda, em exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

DA ITÁLIA PARA SÃO PAULO

"Quando for escrita (será feito algum dia?), a verdadeira história da vida artístisca paulista nestes últimos 20, 30 anos, apesar das transformações, das evoluções, um nome certamente não poderá ser esquecido: o do escultor-pintor Ottone Zorlini; e não apenas pelo seu trabalho profícuo, honesto e sincero, e sim, por tudo aquilo que sua personalidade representa em todas as várias fases das artes locais.” Foi isso o que disse Franco Cenni em 1965, dois anos antes de morte do artista.


De fato, Ottone Zorlini é um dos artistas mais presentes na vida dos paulistas, embora, devido ao ritmo da cidade, muitas vezes passe despercebido. Nascido em Gorgo Al Monticano, província de Treviso, Itália, em 20 de Setembro de 1891, Zorlini era de família humilde, sendo o sexto dos sete filhos de Dona Ida Pigatti. Ainda jovem trabalhou como ajudante no ateliê do famoso escultor e ceramista Caccapuoti, em Treviso e, mais tarde, abriu seu próprio ateliê.

Em 1927, devido à presença maciça da colônia Veneta na cidade de São Paulo, viajou para o Brasil. Aqui viu como é difícil viver de arte no Brasil. De acordo com Ruth Sprung Tarassantchi, "Zorlini, natural de Treviso, Itália, chegou ao Brasil em 1927 já escultor de renome em sua terra. Trouxe algumas elegantes cabeças de mulher, figuras femininas, e fotos de obras executadas na Itália. Continuou aqui no Brasil executando monumentos funerários e bustos, já que este era o ganha-pão da maioria de nossos escultores.” Foi nessa época que Zorlini fez o Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico, hoje localizado na Avenida Brasil x Avenida Europa, na cidade de São Paulo.

O ano de 1933 marcou o começo de uma era de intensa produção, de grandes obras, figuras femininas, animais e retratos. Abaixo você pode ver algumas de suas obras.

Escultura em bronze esculpida em 1935


Eva Mulata – década de 60



Índio Pescador – década de 40



Tocadores de Violão – década de 50

terça-feira, 22 de junho de 2010

TESTAMENTO DE TIJOLO

Durante algumas semanas, O ESPAÇO DAS ARTES apresentou algumas obras de arte feitas com Lego. Mas nenhuma delas exigiu tanto do artista como a que vamos apresentar nas próximas semanas. O projeto é ambicioso: reconstruir todas as cenas da Bíblia. Seu autor, Brendan Smith, levou uma década para reproduzir o relato de Gênesis a Apocalipse. "Eu quis contar as histórias da Bíblia de um jeito novo, divertido e envolvente - mas fiel às Escrituras", diz Brendan. Toda semana iremos postar algumas gravuras do Brick Testament (Testamento de Tijolo). Abaixo você vê a história de Adão e Eva.



A serpente tentando a mulher: “É realmente assim que Deus disse,
que não deveis comer de toda árvore do jardim?”
Depois de comerem o fruto, Adão e Eva perceberam que estavam nus.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A PRIMEIRA AVENTURA DO SONIC

23 de junho de 1991 foi um grande marco para história dos games – neste dia foi lançado nos EUA o jogo Sonic the Hedgehog. O jogo é bem simples, o que levou a alguns a pensarem o game não apresenta enredo: basta correr e fechar o jogo. Mas por trás disso há toda uma saga, todo um enredo. Apesar de os jogos do Sonic não seguirem um enredo linear, o blog O ESPAÇO DAS ARTES tentará narrar a saga do ouriço azul.

Sonic é um ouriço azul nascido em Green Hill, na South Island. Lá ele vive e tem muitos amigos. Desde pequeno sempre foi famoso por ser um pouco diferente: ser o mais veloz dos animais da floresta! O Sonic vive num mundo cheio de animais, e sustentado pelo poder de pedras especiais, as Chaos Emerald. As Chaos Emerald são uma poderosa e misteriosa fonte de poder.

Dr. Robotnik, um maluco cientista, resolveu dominar o mundo do Sonic. Para tal, ele raptou todos os animais, para transformá-los em robôs, compondo um poderoso e grande exército, através do qual ele irá dominar o planeta, e para isso, as Chaos Emerald são fundamentais.

Porém, Sonic, por ser muito rápido, conseguiu se livrar. Foi assim que ele sozinho ganhou a importante missão de destruir todos os robôs de Robotnik, recuperar o seu mundo, pegar de volta as Chaos Emerald, e desta forma garantir a paz de volta!

Para Sonic poder competir com Robotnik, ele também precisaria de alguma força. Essa força está concentrada nos anéis espalhados pelo Planeta. Desta forma, o Sonic destruiu todos os principais robôs de Robotnik, recuperando a paz pela ilha.

Robotnik, porém, tenta então usar o seu último plano contra Sonic: uma gigantesca máquina muito poderosa. Sonic derrota o Dr. Robotnik em sua máquina, que começa a explodir. O cientista louco que tenta escapar em sua pequena nave, mas o ouriço azul consegue acertar um último golpe e danifica-la, fazendo a nave do Dr. Robotnik cair. O ouriço observa-o até perdê-lo de vista e finalmente volta à Green Hill, na South Island, sendo recebido pelos animais que ele libertou. O herói libera as Chaos Emeralds que com seu poder restauram a destruição feita pelo cientista louco.

Tudo isso aconteceu em Sonic The Hedgehog (1991), primeira aventura do ouriço azul. Apesar de toda a revulução causada pelo game, Sonic The Hedgehog tem um ponto fraco: o jogo não possui nem saves nem passwords. Então ao morrer e perder todos os continues deveria começar do inicio o que tornava coisa meio dificil.

Tirando esse defeito o jogo é bem divertido. Você deve atravssar as fases, coletando os anéis e tomando cuidado, pois ao ser atingindo por inimigos Sonic derrubava esses anés no chão. A cada 100 anéis coletados se ganhava uma vida e ao concluir uma fase com no mínimo 50 anéis você pode entrar numa special stage, um local totalmente psicodélico, em que Sonic fica rolando como se fosse uma bola de pinball tentando recuperar uma das Chaos Emerald. Nas fases existem outros bônus dentro de monitores de TV que, ao serem quebrados por Sonic, dão a ele algum beneficio como escudo, maior velocidade ou mais uma vida.
 
O jogo é divido em estágios que são divididos em três fases. No final da terceira fase, Sonic enfrenta o Dr. Robotnik em uma de suas máquinas malucas. Você deve derrotá-lo para poder concluir a fase. Ao derrotar o cientista louco, ele foge. Siga-o até alcançar o ovo-jaula. Pise no botão que está acima para libertar os animais e concluir o estágio.

Isso é quase tudo o que há para saber sobre Sonic The Hedgehog. Agora é só jogar, se divertir e conhecer toda a saga do ouriço azul.

domingo, 20 de junho de 2010

O VERDADEIRO PAÍS DAS MARAVILHAS

Algumas pessoas acharam estranho o visual do novo filme da Disney, Alice no País das Maravilhas. Acontece que a antiga animação da Disney parecia ser mais alegre, ao passo que o filme tem um teor mais negro, chegando a gótico. A Alice, por exemplo, tem uma face pálida e ar sombrio. No entanto, o visual do filme é muito mais parecido com as gravuras do livro publicado em 1864.

As gravuras do clássico de Lewis Carroll foram feitas por John Tenniel, que nasceu em Londres em 1820. Cego de um olho e com uma memória fotográfica prodigiosa, desenhava sem modelos. Entre 1850 e 1901 colaborou com a revista satírica Punch, para a qual produziu mais de 2 mil ilustrações e caricaturas, além de, é claro, vários livros. John Tenniel morreu em 1914, mas seu trabalho continua a fascinar pessoas de todas as idades. Abaixo você pode ver alguns dos trabalhos feitos por John Tenniel para o livro Alice no País das Maravilhas.