sexta-feira, 30 de abril de 2010

UM OLHAR INSUBORDINADO

Na década de 20, um rapaz que estudava com jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ foi expulso por "insubordinação mental". Não sabemos o que ele pensou na época para receber punição, mas sabemos que logo seus pensamentos ganharam o Brasil e o mundo. Falamos aqui de Carlos Drummond de Andrade.
Nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902, Carlos Drummond de Andrade era de uma família de fazendeiros em decadência. Começou a carreira de escritor em Belo Horizonte, como colaborador do Diário de Minas. Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925, mas nunca exerceu a profissão.
Saído diretamente do forno do movimento modernista literário (que existiu no início do século XX com o objetivo de romper com o tradicionalismo), Carlos Drummond de Andrade é o primeiro grande poeta pós-movimento modernista e um dos mais importantes poetas brasileiros. Seu livro Alguma Poesia de 1930 marca o início da segunda fase poética do Modernismo. Seus poemas abordam assuntos do dia a dia, e contam com uma boa dose de pessimismo e ironia diante da vida. Em suas obras, há ainda uma permanente ligação com o meio e obras politizadas. Os principais temas retratados nas poesias de Drummond são: conflito social, a família e os amigos, a existência humana, a visão sarcástica do mundo e das pessoas e as lembranças da terra natal. Além das poesias, escreveu diversas crônicas e contos.

A partir da próxima semana, O ESPAÇO DAS ARTES fará uma série com algumas crônicas que Carlos Drummond de Andrade escreveu para o Jornal do Brasil. Ainda que essas crônicas tenham os seus 30 anos, elas ainda oferecem ao leitor de, forma bem humorada, as reflexões e emoções do cotidiano.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

SUBPRODUTO DA GUERRA FRIA

Em junho de 1984, o pesquisador russo de inteligência artificial Alexey Pajitnov criava a primeira versão oficial de um dos jogos eletrônicos mais populares de todos os tempos. O Tetris nasceu em Moscou, Rússia, no meio da Guerra Fria, como um teste em computadores russos. Mal sabiam seus criadores que o game estava destinado ao estrelato.
Tetris alcançou os Estados Unidos em 1986 e, daí, o mundo. O game já vendeu mais de 125 milhões de cópias para 30 plataformas diferentes, desde seu nascimento. O sucesso foi tão grande para um jogo aparentemente simples, que pesquisadores começam a investigar sua história, tentando descobrir qual o segredo de tanta popularidade, noticiou o site The Guardian .
Pajitnov atribui o sucesso do jogo à sua simplicidade e ao enorme contraste que possui em relação a uma série de jogos que envolvem violência e outros comportamentos ruins. Henk Rogers, o empresário da área de jogos que introduziu o programa nos Estados Unidos em 1986, estaria trabalhando em uma versão de Jogos Olímpicos de Tetris, que deve acontecer na internet no ano que vem. De acordo com o site SF Gate , o Tetris também entrou para o Guiness, o livro dos recordes, ao se tornar o jogo mais portado e com o maior número de variantes oficiais e não-oficiais.
“O jogo tem um tipo de espírito criativo ao invés da destruição que você encontra em jogos de tiro e na maioria dos outros títulos. Nele você cria algo”, diz Pajitnov. “Você pega o caos das peças caindo aleatoriamente e as coloca juntas em um tipo de ordem. Isso dá às pessoas um ótimo sentimento”, declara contente.
Sem data para ser abandonado ou descontinuado, o Tetris ganha periodicamente novas versões e novos visuais. São jogos para PC, consoles, celulares e outros aparelhos, gratuitos e pagos, mas que ainda trazem a mesma emoção e empolgação de 25 anos atrás. Desde seu lançamento para iPod e iPhone na Apple Store, em 2005, o jogo já se tornou um dos 10 mais baixados de todos os tempos.

Hoje você pode ter o jogo no Excel! veja como aqui.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Money Honey

Hoje eu resolvi dar uma ajudinha para minhas amigas que estão procurando namorado. Você sonha com um homem bonito, rico e famoso? (não necessariamente nessa ordem) Pois é bem provável que ele esteja apenas aí nos sonhos. Ou melhor, na ficção.
A revista Forbes fez um ranking dos personagens mais ricos da ficção, dentre filmes, desenhos e séries de TV (sim, tem profissionais que ganham dinheiro fazendo isso!). De acordo com a classificação, o Dr. Carlisle Cullen, figura patriarca na família de vampiros da saga Crepúsculo, está em primeiro lugar. Ele teria uma fortuna estimada em U$ 34,1 billhões, graças aos seus mais de 300 anos de vida e aos superpoderes da filha adotiva Alice, capaz de prever o futuro e as tendências no mercado de ações. Um dos bilionários mais conhecidos, Bruce Wayne, que encarna a persona Batman, ficou fora do nosso top five, com o sétimo lugar (o pobrezinho tem apenas 6,5 bilhões de dólares). Confira a classificação abaixo.





1. Carlisle Cullen, da saga Crepúsculo: US$ 34,1 bilhões










2. Tio Patinhas: US$ 33,5 blhões









3. Riquinho: US$ 11,5 bilhões










4. Tony Stark, o Homem de Ferro: US$ 8,8 bilhões











5. Jed Clampett, de A Família Buscapé: US$ 7,2 bilhões





Decepcionada? Ok. Aí vai a lista dos jovens atores mais ricos do mundo. Talves os sonhos fiquem um pouco mais agradáveis.




1. Daniel Radcliffe. Aos 20 anos sua bilionária saga Harry Potter conquistou, até o momento, a bagatela de 42 milhões de libras - ou R$ 113 milhões.









2. Robert Pattinson. O mocinho da saga Crepúsculo teve, aos 23 anos, sua fortuna ampliada para 13 milhões de libras (cerca de R$ 35 milhões).










3. Keira Knightley. 25 anos e 28 milhões de libras.










4. Emma Watson. 20 anos e 22 milhões.










5. Rupert Grint. 21 anos e 20 milhões em caixa.




terça-feira, 27 de abril de 2010

10 EM 1

Nesta semana, fui ao cinema, ansioso para assistir a uma boa comédia romântica. E é só olhar o cartaz de Idas e Vindas do Amor para ter essa mesma ansiedade. Raras vezes encontramos em apenas um filme tantos atores que fizeram ótimos filmes. Entre eles estão Jessica Alba (Quarteto Fantástico), Bradley Cooper (Se Beber, Não Case), Ashton Kutcher (A Família da Noiva), Julia Roberts (Uma Linda Mulher), Jamie Foxx (Ray), Anne Hathaway (O Diabo Veste Prada), Jennifer Garner (De Repente 30), Patrick Dempsey (O Melhor Amigo da Noiva), Eric Dane (Marley e Eu), Taylor Lautner (Crepúsculo) e Queen Latifah (Taxi). Dentro do filme, todos eles interpretam histórias diferentes que, em algum momento, acabam se encontrando. São cerca de dez histórias diferentes acontecendo em Los Angelis no dia dos namorados.
É bem provável que muita gente que assistiu ao filme tenha achado o máximo. Mas existem algumas verdades que não podem ser deixadas de dizer.
Primeiro: quem foi o Einstein que traduziu o nome do filme? O filme chama-se Valentine's Day. Por que não chamá-lo de Dia dos Namorados? Fazer mudanças tão radicais no tema deveria ser um crime.
Segundo: ter muitas histórias em apenas um filme não é uma coisa boa. O que acaba acontecendo é que não se consegue explorar todo o potencial dessas histórias. O resultado são histórias rasas e previsíveis.
Para não ser injusto, vou concluir com um ponto positivo: a atuação de Julia Roberts. Apesar de não ter tido um papel central na história, ela desbancou os atores da nova geração. Sua apresentação foi ao mesmo tempo engraçada e emocionante. Por ela, vale a pena assistir ao filme.

Idas e Vindas do Amor (Valentine's Day, 2010)
Gênero: Comédia Romântica
Duração: 90min
Origem: EUA
Estréia: EUA - 12 de fevereiro de 2010
Estréia: Brasil - 19 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O PROFETA BRASILEIRO

Em meados do século 19, o mundo se encantou com Júlio Verne e um tipo de literatura até então desconhecida: a ficção cientifica. Mas logo o encanto se tornou um assombro: muitas coisas que ele escreveu de fato aconteceram. Verne previu, entre outros inúmeros inventos, a televisão; o helicóptero; o cinema falado; a iluminação a néon; o ar condicionado; os arranha-céus; os mísseis teleguiados; os tanques de guerra; os veículos anfíbios; o avião; a caça submarina; o aproveitamento da luz e da água do mar para gerar energia; o uso de gases como armas químicas. Além de descrever com detalhes impressionantes essas invenções, suas obras falavam de um futuro cheio de novas tecnologias que ajudariam o homem em sua busca da felicidade. Já H. G. Wells, que surgiu no mundo literário uns cinqüenta anos depois, preferia falar em como a tecnologia poderia ser usada como uma força negativa para a humanidade. Mas existiu um escritor brasileiro que conseguiu juntar as duas opiniões em uma obra genial.
Descobri essa perola semana passada, no dia 18, quando o Brasil “comemorou” o Dia do Livro Infantil. Essa data foi escolhida por causa do nascimento do maior nome da literatura infantil brasileira: Monteiro Lobato. Bisbilhotando algumas de suas obras, descobri que Monteiro Lobato também havia escrito livros para o publico adulto.
Mas, antes de falar do milagre, falemos do santo. Nascido no dia 18 de abril de 1882, em Taubaté, cidade de São Paulo, Juca, como era chamado, brincava com suas irmãs menores Ester e Judite. Naquele tempo não havia tantos brinquedos, eram toscos, feitos de sabugo de milho, chuchus, mamão verde, etc... Adorava os livros de seu avô materno, o Visconde de Tremembé. (e aí estão suas inspirações). Sua mãe o alfabetizou, teve depois um professor particular e aos 7 anos entrou num Colégio. Leu tudo o que havia para crianças em língua portuguesa. Aos 18 anos entra para a Faculdade de Direito por imposição do avô, pois seu negócio sempre foi desenhar e preferia a Escola de Belas-Artes. Em 1911 morre seu avô, o Visconde de Tremembé, e dele herdou a fazenda Buquira. Logo, o então promotor de Areias passa a fazendeiro. No entanto, a geada, as dificuldades, levam-no a vender a fazenda em 1917 e a transferir-se para São Paulo. Mas na fazenda escreveu o JECA TATU, símbolo nacional. Em 1921 dedicou-se à literatura infantil, lançando entre seus muitos sucessos o Sítio do Picapau Amarelo e seus célebres personagens. Uma curiosidade é que através dos personagens do Sítio, Monteiro Lobato revela pedacinhos de sua personalidade. Através de Emília diz tudo o que pensa; na figura do Visconde de Sabugosa critica o sábio que só acredita nos livros já escritos; Dona Benta é o personagem adulto que aceita a imaginação criadora das crianças, admitindo as novidades que vão modificando o mundo; Tia Nastácia é o adulto sem cultura, que vê no que é desconhecido o mal, o pecado. Narizinho e Pedrinho são as crianças de ontem, hoje e amanhã, abertas a tudo, querendo ser felizes, confrontando suas experiências com o que os mais velhos dizem, mas sempre acreditando no futuro. E assim o Pó de Pirlimpimpim continuará a transportar crianças do mundo inteiro ao Sítio do Picapau Amarelo, onde não há horizontes limitados por muros de concreto e de idéias tacanhas.
Tudo muito bom, mas cadê a tal da ficção cientifica? Bem, a verdade é que ela não fez tanto sucesso. Até hoje tem muita gente fazendo duras críticas. Mas não se pode negar que foi um marco na literatura brasileira: a primeira ficção cientifica escrita por aqui.
Em 1926, Monteiro Lobato lançou O Presidente Negro (originalmente com o nome de O Choque das Raças). Na história, o atrapalhado Ayrton Lobo conhece acidentalmente o professor Benson, um cientista que conseguiu inventar um aparelho que permitia ver o futuro. Quer saber o que vai acontecer nos próximos séculos? O livro aborda praticamente três aspectos.
Tecnologia. Monteiro Lobato fala bastante em como a internet mudará a vida das pessoas. Em um mundo conectado, o trabalho poderá ser feito em casa. Assim, não existirá mais a correria de hoje em dia.
Comportamento. Essa é uma área bastante cômica. Entre as mudanças, haverá as mudanças conjugais, que reduzirá o número de divórcios e dará aos casais uma lua de mel anual.
Política. O livro se centraliza nessa área. Entre algumas coisas surpreendentes, ele fala da unificação da América do sul e sua divisão em dois blocos. Alguns países como Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil se unem por motivos econômicos. Mas logo se dividem pelo mesmo motivo. Assim, no sul do continente nasce uma nova potencia: a República do Paraná. Mas a história se centraliza na política americana, num momento em que as divisões raciais podem fazer a potencia se desmoronar.
Inegavelmente, o livro tem algumas idéias prevalecentes na época em que foi escrito. Aí está o motivo de tantas criticas. Mas não podemos esquecer que, apesar de ser um grande pensador, Monteiro Lobato ainda estava preso a algumas idéias de sua época. Ainda assim, é um livro fascinante, que não nos deixa parar de ler até conhecer o incrível desfecho da história.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

GAMES E ROCK N'ROLL

Os jogos de música, como o megassucesso Guitar Hero, conseguiram ultrapassar a popularidade do gênero mais clássico dos games: os esportes. Segundo uma pesquisa feita nos EUA, cerca de 50% dos gamers têm o hábito de disputar partidas de futebol, basquete e corridas no joystick. Mas uma porcentagem maior, 58%, já aderiu à mania de tirar um som de guitarrinhas e instrumentos de plástico. E, depois que o jogo do Aerosmith faturou mais que qualquer cd lançado pela banda, todos os músicos estão querendo entrar nessa bocada. Até os Beatles decidiram lancar o pprio jogo, com direito a réplicas dos instrumentos usados por John, Paul, George e Ringo. Mas isso abriu uma discussão entre os gamers: os mais viciados acham que as composições dos Beatles não apresentam desafio e legal mesmo é jogar com músicas bem rápidas e complicadas de tocar. Mas e aí? Música boa é música difícil? Tire suas pprias conclusões no gráfico abaixo.


domingo, 18 de abril de 2010

DA LAMA AO CAOS

Se perguntarmos quem é atualmente o melhor ator de Holywwod, podemos ter certeze que um nome com certeza aparecerá na lista: Johnny Depp. Aos 46 anos, o astro é garantia de bilheterias, independente do papel que estiver interpretando. Seu nome ficou conhecido em 1990, quando interpreto o personagem principal do clássico “Edward Mãos-de-Tesoura”. Ainda assim, durante muito tempo seu talento não era reconhecido pelos estúdios. Mesmo assim, Johnny assumiu papéis em uma grande variedade de filmes, incluindo “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça”(Sleepy Hollow, 1999), “Chocolate” (Chocolat, 2000), “Em Busca da Terra do Nunca” (Finding Neverland, 2004) e “O Libertino” (The Libertine, 2004). E, depois de Jack Sparrow, personagem de ''Piratas do Caribe'', admite que ficou mais atrativo para os estúdios. 

Notoriamente tímido, Depp é famoso por detestar ver a si mesmo na tela grande, mas fez uma exceção para seu mais recente papel, como o Chapeleiro Maluco em “Alice no País das Maravilhas” –sua sétima colaboração com Tim– e estava claramente feliz com as reações positivas de seus próprios filhos, que adoraram sua interpretação maluca e sombria do personagem icônico.

Abaixo tem uma entrevista para o site do UOL, em que o ator conta como escapa da pressão da fama, suas colaborações com o diretor Tim Burton e como deixou sua marca no Chapeleiro Maluco.

UOL Cinema - Qual é o segredo do seu sucesso?
Depp - Acaso. Apenas sorte, sério. Eu tive muita sorte ao longo dos anos, é um milagre as pessoas ainda me contratarem após algumas das coisas que fiz. Não há como prever. Antes de “Piratas do Caribe”, eu fui rotulado de “veneno de bilheteria”, algo que não me incomodava. E então “Piratas” aconteceu e agora Tim (Burton) não precisa mais brigar com os estúdios para me dar um papel, o que aconteceu durante muitos anos.

UOL Cinema - Como você lida com a fama e toda a adoração pública?
Depp -Você nunca se acostuma a esse tipo de coisa. Esse é o motivo para eu não sair de casa com frequência. Eu não vou a lugar nenhum. Eu entendo do que se trata a celebridade e a fama, e as aprecio, mas há um limite para esse tipo de coisa com a qual uma pessoa consegue lidar. Se a escolha é entre ser constantemente bajulado ou ficar sentado em um quarto escuro, eu prefiro o quarto escuro.

UOL Cinema - “Alice no País das Maravilhas” tem muitos personagens estranhos e maravilhosos. Eles te influenciaram quando você estava filmando?
Depp - Eu tive sonhos horrendos, mas sempre tive a tendência de ter sonhos sombrios. Eu não me lembro especificamente de nenhum dos que me atormentaram durante a filmagem, mas não acho que tenha tido algo a ver com a filmagem, foi algo isolado. Certa vez eu tive um em que o capitão da série de TV “A Ilha dos Birutas” me perseguia pelas ruas de Hollywood.

UOL Cinema - Você não gosta de assistir aos seus filmes, mas você assistiu “Alice no País das Maravilhas”?
Depp - Se eu puder evitar o espelho diante do qual escovo meus dentes pela manhã, eu evito. Eu encontro segurança no grau mais profundo de ignorância. Se você puder permanecer ignorante a respeito de quase tudo, você ficará bem. Apenas continue seguindo em frente. É ok notar as coisas, mas julgar as coisas retardará você, então não gosto de ver a mim mesmo nos filmes. Eu não gosto de estar ciente do produto, eu gosto é do processo. Não é minha culpa. Não fui eu que fiz. Eu estava lá, mas não fiz. Eu não suporto assistir meus filmes. Eu prefiro partir com a experiência do processo e apenas com isso, o que me basta. Mas este aqui eu assisti porque é o Tim no seu máximo. Ele realmente foi longe neste aqui.

UOL Cinema - Seus filhos viram o filme?
Depp - Eles viram e adoraram. Eles ficaram malucos com ele, citando coisas do filme. Foi incrível. Eles amaram e não ficaram nem um pouco assustados.

UOL Cinema - “Alice no País das Maravilhas” é seu sétimo filme com Tim Burton. Como seu relacionamento com ele mudou ao longo dos anos?
Depp -  Nós nos conhecemos há 20 anos, em “Edward Mãos-de-Tesoura”, e o fato dele ter me escalado naquele filme foi um milagre. Assim que você conhece alguém por tanto tempo, você se torna íntimo, mas em termos do processo e do trabalho, não mudou nada desde aquela época, exceto por um tipo de abreviação. Tim mexe a cabeça ou entorta os olhos de uma certa forma e eu já sei o que ele deseja. Mas uma coisa evoluiu entre nós, não há como deixar de falar... quando homens adultos começam a trocar fraldas e coisas assim, e conversam a respeito. Ter filhos, esse tipo de coisa. Uma das coisas que mais me orgulho foi de ter sido a primeira pessoa a dar ao Tim uma caixa completa de DVDs de “The Wiggles” (uma série de TV musical infantil australiana). Ele ainda não me perdoou por isso.

UOL Cinema - Quanto você opinou sobre sua interpretação do Chapeleiro Maluco?
Depp - Eu sentia fortemente como deveria ser sua aparência, como seria seu comportamento, que ele não deveria apenas promover um baile em um salão e apenas fazer loucuras para obter risadas. Eu senti que devia haver outro lado dele, algum grau de dano ou trauma.

UOL Cinema - Ele tem uma aparência singular. Qual foi seu toque pessoal no visual do personagem?
Depp - Em termos de aparência do personagem, parte do material inicial veio diretamente do livro, como esses pequenos detalhes estranhos e enigmáticos que o autor, Lewis Carroll, deixou lá. Ele diz coisas como, “Eu estou investigando coisas que começam com a letra M”, que eu considero muito intrigante porque nunca há uma resposta, mas tem a ver com mercúrio. Eu comecei a pesquisar sobre chapeleiros e havia essa coisa chamada doença do chapeleiro –a substância que usavam para colar os chapéus continha muito mercúrio e eles acabavam se envenenando, e a doença se manifestava de formas diferentes, como desordens de personalidade ou coisas ainda mais estranhas e sombrias. O produto de fato tinha uma coloração alaranjada, que é o motivo dos detalhes laranjas. Minha abordagem ao personagem foi apenas a ideia de encontrar esses lugares interiormente, passar para os extremos da personalidade, de forma que, em um minuto você está em fúria plena, no minuto seguinte você mergulha em medo e em seguida ao auge da frivolidade, que foi o que tentei fazer nas cenas sempre que encontrava o momento certo.

UOL Cinema - Quem é seu louco favorito?
Depp - Tim, porque ele me arruma trabalho. De certo modo ele é maluco, mas é uma loucura que funciona para ele. Correndo o risco de embaraçá-lo, eu sempre admirei o Tim por seu compromisso com sua visão e com a impossibilidade do compromisso, por fazer exatamente o que queria, da forma que queria, em seu estilo único. No meu entender, ele é um dos poucos artistas verdadeiros trabalhando no cinema.

sábado, 17 de abril de 2010

O MENOR HERÓI

Nós vivemos numa era nada fácil para grandes produtoras de cinema. É uma época de muita grana e glamour, mas também uma época de roteiros decadentes. E como são raros aqueles filmes que nos atraem pela história, pela trama bem elaborada e não por mais um rostinho bonito!

O cinema tenta atacar a crise. Cada vez mais sucessos estão sendo adaptados para as telonas. Tem de tudo: livros, séries, desenhos e quadrinhos. Para este ultimo, sobram cada vez menos opções. Os personagens mais conhecidos já ganharam seus longa-metragens. Até os menos conhecidos já viraram filme. Muita gente só foi saber que existiam o Surfista Prateado e Elektra graças a sétima arte. Mas a lista de heróis menores que ganham superproduções vai aumentar em breve.



A Paramount está à procura de um diretor e roteiristas para a futura adaptação do desenho 'Supermouse'. Criado para ser uma paródia do Superman, Super Mouse apareceu pela primeira vez em 1942 num curta-metragem animado intitulado The Mouse of Tomorrow (O rato do futuro). Na primeira aparição do Super Mouse, ele tinha um uniforme azul e uma capa vermelha, à semelhança do Superman. Mas depois isso foi mudado, adotando-se o tradicional uniforme amarelo com a capa vermelha. Como em outras imitações do Superman, os poderes do Super Mouse é a capacidade de voar e uma força inacreditável, além da invulnerabilidade. Não se sabe ao certo como o ratinho ganhou seus poderes. Segundo o site Memorychips, ele vivia em uma cidade de ratos que estava dominada por cruéis felinos. Refugiando-se em um supermercado, ele tomou banho com super-sabão, tomou super-sopa e comeu do super-queijo e então acabou se transformando no Super Mouse. Com o bordão "Supermouse seu amiiiiiiiiiigo, vai salvá-lo do periiiiiiiiiigo!", Supermouse consegue salvar com pouco esforço sua namorada Pérola das garras do seu arque-inimigo Gato Gatuno.



Supermouse deve chegar aos cinemas em 2013 com uma combinação de “live action” (pessoas reais) com a inclusão de personagens digitais, como em Garfield e Scooby-Doo. De acordo com o jornal Los Angelis Time, um dos motivos que levaram a Paramount a retomar o projeto é o sucesso da adaptação cinematográfica de “Alvis e os esquilos”, da Fox.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

FIQUE POR DENTRO

Em um determinado momento da História, um jovem nerd teve uma idéia bem nerd. Para ganhar 400.00 libras em um concurso realizado pela Pepsi era preciso achar a latinha premiada. A solução era óbvia. Olhar todas as latinhas usando um raio-x. Tudo bem, parece roteiro do Zorra Total, mas é verdade. O que aquele nerd não sabia é que aquele era o primeiro passo para ver (e fotografar) o que nenhuma outra pessoa jamais tinha visto.
Nick Veasey, nascido em 1962 na Inglaterra, é conhecido no mundo da Foto e Vídeo por usar técnicas de Raio-X. Seu trabalho adquiriu dimensões de grande seriedade e rigor com o passar do tempo. As radiações são perigosas; as dificuldades técnicas são imensas; a logística complexa; a investigação é constante e as experiências falhadas muitas vezes. Tudo isto funciona como um desafio para o fotógrafo que, vestido com um pesado equipamento à base de chumbo e protegido por espessos muros de betão, realiza inúmeras chapas de toda a espécie de objetos do quotidiano.



 Expor pessoas aos efeitos dos raios X pode ser perigoso. Por isso, Nick nunca tira mais de 4 retratos do mesmo homem e 3 da mesma mulher. Em trabalhos complexos, como a foto deste ônibus, Nick tem de dar um jeitinho. Todos os passageiros abaixo são, na verdade, a mesma pessoa: um cadáver doado à pesquisa científica, que o artista teve de ficar trocando de lugar até preencher todos os bancos do ônibus.












 O raio X deste Boeing 777 foi tirado em tamanho natural no aeroporto de Boston, nos EUA, em 2003. O avião foi fotografado em 500 pequenas imagens para f1agrar todos os detalhes - repare que a aeronave está em manutenção. Para fazer as imagens, Nick trabalha com máquinas industriais, usadas normalmente para analisar obras de arte e equipamentos militares, e que são 60 vezes mais potentes do que os aparelhos médicos.

 Para fotografar este prédio, Nick precisou tirar mais de 200 retratos. Isso porque cada filme de raio X tem, no máximo, 36 centímetros de largura. Neste escritório, os funcionários são esqueletos. Nas imagens Que misturam figuras humanas com objetos, o artista fotografa cada elemento separadamente. Depois, ele sobrepõe as imagens no computador, com o Photoshop.




quinta-feira, 15 de abril de 2010

Hã!?!

Já aconteceu de você ir ao cinema, ficar ali sentado duas horas assistindo ao filme e, de repente, a tela se apaga, as luzes se acendem e você fica lá sentado com cara de indignação. “Hã!?! É só isso?!?” Pois é, isso aconteceu comigo. Ontem eu fui (arrastado) ao cinema assistir ao filme Lembranças.
No filme todos os personagens tentam conviver com terríveis traumas. Até que os jovens Tyler Roth (Robert Pattinson, morcguinho brilhante de Crepúsculo) e Ally Craig (Emilie de Ravin) se conhecem, se apaixonam e tudo fica ainda mais complicado (embora não traga grandes surpresas; tudo, incluindo o final, é bem previsível).
Mas não se animem, meninas. O romance é tão chato e vazio quanto os próprios personagens. Robert Pattinson continua tão inexpressível como nos filmes que interpreta o vampiro semi-vivo (ou semi-morto, sei lá).
Mas não posso negar que também tem seus pontos altos. As cenas com o personagem Taylor e sua irmãzinha são lindas. O filme também conta com um ator genial: Pierce Brosnan.
Conselho d amigo: não gastem dinheiro indo ao cinema ou alugando o DVD. Esperem passar na TV. Sua raiva será menor.

 Lembranças (Remember)
Gênero: Drama
Duração: 118min
Origem: EUA
Estréia: EUA-Brasil - 12 de março de 2010
Estúdio: PlayArte
Direção: Allen Coulter  

Elenco
Robert Pattinson (Tyler)
Emilie de Ravin (Ally Craig)
Pierce Brosnan (Charles)
Martha Plimpton (Helen Craig)
Chris Cooper (Neil Craig)
Lena Olin (Diane Hirsch)
Peyton List (Samantha)
Ruby Jerins (Caroline Hawkins)
Tate Ellington (Aidan Hall)
Gregory Jbara (Les Hirsch)
Wilmer Calderon (Carlos)
Justin Grace (Matthews)
Christopher Clawson (Michael Hawkins)
Morgan Turner (Jessica)
Chris McKinney (Leo)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O HERÓI COR-DE-ROSA

Era uma vez um príncipe alto, com longos cabelos loiros, que levava uma vida bastante tranqüila. Mas o que o seu pai não sabia é que ele tinha uma vida secreta. Quando a situação ficava complicada, ele dava o seu grito de guerra, tirava a roupinha cor-de-rosa e saía para lutar contra o mal, usando uma sunguinha e botas.
Pode parecer piada, mas ele já foi o herói de muito marmanjo nos anos 80. Estamos falando de He-Man. Mas por que esse desenho fez tanto sucesso?
O Seu Mundo: Todas as histórias se passavam no planeta Etérnia, em que a magia dividia a mesma importância com a tecnologia. Por isso, atrai todos os gostos. Tem de tudo – um mundo aparentemente medieval, tecnologia avançada, seres mágicos...
Personagens: a maior parte dos personagens eram muito engraçados. Um bom exemplo era o Gato Guerreiro (quem diria que aquele tigre todo imponente não passava de um gato escaldado?) . Além disso, He-Man lutava com um dos melhores vilões já criados: o Esqueleto (quem não se lembra daquela gargalhada maligna?)
Produção: o desenho em si não foi muito enovador. Seus movimentos eram bem simples, mesmo comparados aos desenhos da época. Mas os produtores de He-Man capricharam no áudio. Sua maravilhosa trilha sonora, com corais e orquestrações, era capaz de, instantaneamente, nos transportar para dentro da TV. Outra inovação: em todo final de episódio havia um resuminho, apresentado por algum personagem, que explicava a "moral da história". Assim, além da garotada se divertir, aprendia também a lição do dia.


Poderes: He-Man havia descoberto "fabulosos poderes secretos" através da Espada do Poder (a qual nunca usa para matar) que, uma vez erguida, seguida do poderoso brado "Pelos poderes de Greyskrull... eu tenho a força!!!" Ele se transformava em um brutamontes extremamente forte. Além disso, ele usava uma couraça em forma de "X", feita de Korodite, metal Eterniano que aumenta sua fabulosa força. Assim, He-man tem vasta força sobre-humana, cujos limites variam de episódio para episódio. De fato, a força de He-Man é impossível de ser medida, mas sabe-se que é gigantesca. Foi demonstrada em várias ocasiões, por exemplo, na série animada, He-Man realiza feitos espetaculares como: destruir um diamante somente com as mãos; segurar uma avalanche sobre o corpo; se libertar sozinho de um sarcófago de Potânio, o "metal mais forte do Universo"; destrói uma parede de 12 metros de espessura com um simples soco; entre outros. Ele também possui reflexos sobre-humanos, capaz de aparar raios com sua espada. Ele não é invulnerável, mas muito resistente, suportando condições nas quais muitos humanos cairiam. Como habilidades, é capaz de feitos acrobáticos, e é invencível na luta de espada e desarmada. Ele também é um excelente piloto nos estranhos veículos de Eternia.


Adaptação para o Cinema
He-Man nunca teve um filme a sua altura. Sua única aparição na telona foi em 1987, com Masters of the Universe (Mestres do Universo, no Brasil), que acabou se tornando um grande fracasso de crítica e público (não passa nem na Sessão da Tarde!). No filme, a guerra entre o Castelo de Greyskull e a tirania do diabólico Esqueleto, abre um misterioso portal para a terra. Com a ajuda de um jovem casal, He-Man combate os guardas de Esqueleto e a Polícia californiana, enquanto tenta regressar a Eternia antes que o Esqueleto atinja a sua força máxima! Apesar do que diz a crítica, eu gostei do ator que interpretou He-Man. Dolph Lundgren, que também fez o papel do boxeador soviético Ivan Drago, em Rocky IV. Dolph deixou as lutas do filme mais intressantes, já que na vida real é faixa preta 3° Dan de karatê Kyokushin (chegou a venceu o Campeonato Europeu de Karatê em 1980 e 1981 e o Campeonato Australiano de Karatê em 1982).







Mas temos uma boa notícia. Depois de muitas especulações, parece que He-Man vai ganhar sua adaptação para o cinema. Pelo menos foram acertados os autores do roteiro da trama. De acordo com o site Cinema Blend, os responsáveis pela trama do personagem serão Mike Finch e Alex Litvak, roteiristas de Predators, novo filme produzido por Robert Rodriguez. A notícia não garante que o filme seja feito, porém o fato de os direitos da história terem sidos comprados por um grande estúdio, a Columbia, pode dar novo fôlego para que o filme finalmente saia do papel. Só nos resta esperar que um dos maiores heróis de nossa infância possa ter um longa a sua altura.