Em um determinado momento da História, um jovem nerd teve uma idéia bem nerd. Para ganhar 400.00 libras em um concurso realizado pela Pepsi era preciso achar a latinha premiada. A solução era óbvia. Olhar todas as latinhas usando um raio-x. Tudo bem, parece roteiro do Zorra Total, mas é verdade. O que aquele nerd não sabia é que aquele era o primeiro passo para ver (e fotografar) o que nenhuma outra pessoa jamais tinha visto.
Nick Veasey, nascido em 1962 na Inglaterra, é conhecido no mundo da Foto e Vídeo por usar técnicas de Raio-X. Seu trabalho adquiriu dimensões de grande seriedade e rigor com o passar do tempo. As radiações são perigosas; as dificuldades técnicas são imensas; a logística complexa; a investigação é constante e as experiências falhadas muitas vezes. Tudo isto funciona como um desafio para o fotógrafo que, vestido com um pesado equipamento à base de chumbo e protegido por espessos muros de betão, realiza inúmeras chapas de toda a espécie de objetos do quotidiano.
Expor pessoas aos efeitos dos raios X pode ser perigoso. Por isso, Nick nunca tira mais de 4 retratos do mesmo homem e 3 da mesma mulher. Em trabalhos complexos, como a foto deste ônibus, Nick tem de dar um jeitinho. Todos os passageiros abaixo são, na verdade, a mesma pessoa: um cadáver doado à pesquisa científica, que o artista teve de ficar trocando de lugar até preencher todos os bancos do ônibus.
O raio X deste Boeing 777 foi tirado em tamanho natural no aeroporto de Boston, nos EUA, em 2003. O avião foi fotografado em 500 pequenas imagens para f1agrar todos os detalhes - repare que a aeronave está em manutenção. Para fazer as imagens, Nick trabalha com máquinas industriais, usadas normalmente para analisar obras de arte e equipamentos militares, e que são 60 vezes mais potentes do que os aparelhos médicos.
Para fotografar este prédio, Nick precisou tirar mais de 200 retratos. Isso porque cada filme de raio X tem, no máximo, 36 centímetros de largura. Neste escritório, os funcionários são esqueletos. Nas imagens Que misturam figuras humanas com objetos, o artista fotografa cada elemento separadamente. Depois, ele sobrepõe as imagens no computador, com o Photoshop.
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