quarta-feira, 23 de junho de 2010

DA ITÁLIA PARA SÃO PAULO

"Quando for escrita (será feito algum dia?), a verdadeira história da vida artístisca paulista nestes últimos 20, 30 anos, apesar das transformações, das evoluções, um nome certamente não poderá ser esquecido: o do escultor-pintor Ottone Zorlini; e não apenas pelo seu trabalho profícuo, honesto e sincero, e sim, por tudo aquilo que sua personalidade representa em todas as várias fases das artes locais.” Foi isso o que disse Franco Cenni em 1965, dois anos antes de morte do artista.


De fato, Ottone Zorlini é um dos artistas mais presentes na vida dos paulistas, embora, devido ao ritmo da cidade, muitas vezes passe despercebido. Nascido em Gorgo Al Monticano, província de Treviso, Itália, em 20 de Setembro de 1891, Zorlini era de família humilde, sendo o sexto dos sete filhos de Dona Ida Pigatti. Ainda jovem trabalhou como ajudante no ateliê do famoso escultor e ceramista Caccapuoti, em Treviso e, mais tarde, abriu seu próprio ateliê.

Em 1927, devido à presença maciça da colônia Veneta na cidade de São Paulo, viajou para o Brasil. Aqui viu como é difícil viver de arte no Brasil. De acordo com Ruth Sprung Tarassantchi, "Zorlini, natural de Treviso, Itália, chegou ao Brasil em 1927 já escultor de renome em sua terra. Trouxe algumas elegantes cabeças de mulher, figuras femininas, e fotos de obras executadas na Itália. Continuou aqui no Brasil executando monumentos funerários e bustos, já que este era o ganha-pão da maioria de nossos escultores.” Foi nessa época que Zorlini fez o Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico, hoje localizado na Avenida Brasil x Avenida Europa, na cidade de São Paulo.

O ano de 1933 marcou o começo de uma era de intensa produção, de grandes obras, figuras femininas, animais e retratos. Abaixo você pode ver algumas de suas obras.

Escultura em bronze esculpida em 1935


Eva Mulata – década de 60



Índio Pescador – década de 40



Tocadores de Violão – década de 50

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