sexta-feira, 16 de abril de 2010

FIQUE POR DENTRO

Em um determinado momento da História, um jovem nerd teve uma idéia bem nerd. Para ganhar 400.00 libras em um concurso realizado pela Pepsi era preciso achar a latinha premiada. A solução era óbvia. Olhar todas as latinhas usando um raio-x. Tudo bem, parece roteiro do Zorra Total, mas é verdade. O que aquele nerd não sabia é que aquele era o primeiro passo para ver (e fotografar) o que nenhuma outra pessoa jamais tinha visto.
Nick Veasey, nascido em 1962 na Inglaterra, é conhecido no mundo da Foto e Vídeo por usar técnicas de Raio-X. Seu trabalho adquiriu dimensões de grande seriedade e rigor com o passar do tempo. As radiações são perigosas; as dificuldades técnicas são imensas; a logística complexa; a investigação é constante e as experiências falhadas muitas vezes. Tudo isto funciona como um desafio para o fotógrafo que, vestido com um pesado equipamento à base de chumbo e protegido por espessos muros de betão, realiza inúmeras chapas de toda a espécie de objetos do quotidiano.



 Expor pessoas aos efeitos dos raios X pode ser perigoso. Por isso, Nick nunca tira mais de 4 retratos do mesmo homem e 3 da mesma mulher. Em trabalhos complexos, como a foto deste ônibus, Nick tem de dar um jeitinho. Todos os passageiros abaixo são, na verdade, a mesma pessoa: um cadáver doado à pesquisa científica, que o artista teve de ficar trocando de lugar até preencher todos os bancos do ônibus.












 O raio X deste Boeing 777 foi tirado em tamanho natural no aeroporto de Boston, nos EUA, em 2003. O avião foi fotografado em 500 pequenas imagens para f1agrar todos os detalhes - repare que a aeronave está em manutenção. Para fazer as imagens, Nick trabalha com máquinas industriais, usadas normalmente para analisar obras de arte e equipamentos militares, e que são 60 vezes mais potentes do que os aparelhos médicos.

 Para fotografar este prédio, Nick precisou tirar mais de 200 retratos. Isso porque cada filme de raio X tem, no máximo, 36 centímetros de largura. Neste escritório, os funcionários são esqueletos. Nas imagens Que misturam figuras humanas com objetos, o artista fotografa cada elemento separadamente. Depois, ele sobrepõe as imagens no computador, com o Photoshop.




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