Em meados do século 19, o mundo se encantou com Júlio Verne e um tipo de literatura até então desconhecida: a ficção cientifica. Mas logo o encanto se tornou um assombro: muitas coisas que ele escreveu de fato aconteceram. Verne previu, entre outros inúmeros inventos, a televisão; o helicóptero; o cinema falado; a iluminação a néon; o ar condicionado; os arranha-céus; os mísseis teleguiados; os tanques de guerra; os veículos anfíbios; o avião; a caça submarina; o aproveitamento da luz e da água do mar para gerar energia; o uso de gases como armas químicas. Além de descrever com detalhes impressionantes essas invenções, suas obras falavam de um futuro cheio de novas tecnologias que ajudariam o homem em sua busca da felicidade. Já H. G. Wells, que surgiu no mundo literário uns cinqüenta anos depois, preferia falar em como a tecnologia poderia ser usada como uma força negativa para a humanidade. Mas existiu um escritor brasileiro que conseguiu juntar as duas opiniões em uma obra genial.
Descobri essa perola semana passada, no dia 18, quando o Brasil “comemorou” o Dia do Livro Infantil. Essa data foi escolhida por causa do nascimento do maior nome da literatura infantil brasileira: Monteiro Lobato. Bisbilhotando algumas de suas obras, descobri que Monteiro Lobato também havia escrito livros para o publico adulto.

Tudo muito bom, mas cadê a tal da ficção cientifica? Bem, a verdade é que ela não fez tanto sucesso. Até hoje tem muita gente fazendo duras críticas. Mas não se pode negar que foi um marco na literatura brasileira: a primeira ficção cientifica escrita por aqui.

Tecnologia. Monteiro Lobato fala bastante em como a internet mudará a vida das pessoas. Em um mundo conectado, o trabalho poderá ser feito em casa. Assim, não existirá mais a correria de hoje em dia.
Comportamento. Essa é uma área bastante cômica. Entre as mudanças, haverá as mudanças conjugais, que reduzirá o número de divórcios e dará aos casais uma lua de mel anual.
Política. O livro se centraliza nessa área. Entre algumas coisas surpreendentes, ele fala da unificação da América do sul e sua divisão em dois blocos. Alguns países como Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil se unem por motivos econômicos. Mas logo se dividem pelo mesmo motivo. Assim, no sul do continente nasce uma nova potencia: a República do Paraná. Mas a história se centraliza na política americana, num momento em que as divisões raciais podem fazer a potencia se desmoronar.
Inegavelmente, o livro tem algumas idéias prevalecentes na época em que foi escrito. Aí está o motivo de tantas criticas. Mas não podemos esquecer que, apesar de ser um grande pensador, Monteiro Lobato ainda estava preso a algumas idéias de sua época. Ainda assim, é um livro fascinante, que não nos deixa parar de ler até conhecer o incrível desfecho da história.
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