Em sua grande maioria, as histórias nos filmes são ficções, o que é uma coisa boa, afinal de contas nós queremos assistir um filme para nos divertir. Mas, devido a sua popularidade, o cinema tem a obrigação de criar obras que façam as pessoas analisarem de forma crítica o sistema. O problema é que esse tipo de filme é raro, deixando indignados diretores que tem uma visão mais idealista sobre o cinema. Entre eles está o ganhador de três Oscar’s Oliver Stone, que recentemente fez críticas a diretores de cinema que fazem grandes filmes, mas sem "mensagens e valores". O cineasta, que preferiu não dar nomes, disse que há "diretores fabulosos" que "estão completamente pervertidos em termos históricos". Por isso, afirmou, o resultado dos filmes é "horrível", mesmo tendo recebido indicações ao Oscar.


Nem sempre as figuras reais que interessam a Stone são poderosas como os presidentes que retratou. Um exemplo foi o radialista Alan Berg, que comandava um talk show de sucesso numa rádio de Denver, Colorado (EUA), quando foi assassinado por um grupo de extrema direita, em 1984. Berg inspirou o personagem Barry Champlain (Eric Bogosian) de Talk Radio - Verdades Que Matam (Talk Radio, 1988). Em seguida, veio The Doors (1991). Sobre a ascensão e morte do cantor e líder da banda, Jim Morrison (Val Kilrner).
Outro filme de grande repercussão foi Wall Street - Poder e Cobiça (Wall Street, 1987), sobre o trabalho estressante no mercado financeiro de Nova York, uma velha e milionária raposa da Bolsa de Valores (Michael Douglas) acolhe e ensina um ambicioso aprendiz (novamente Charlie Sheen) a progredir e ganhar muito dinheiro. O pai do diretor, Louis Stone, foi um corretor de ações que fez fortuna e possibilitou ao filho freqüentar as melhores escolas. Perdeu tudo mais tarde e separou-se da mulher quando Oliver Stone era ainda adolescente. Mas, nas férias com a mãe na França, onde ela nasceu, seu pai lhe arranjou empregos de verão na área financeira. O futuro diretor tinha, assim, uma experiência pronta para levar à tela.
Neste ano, Oliver Stone, que disse que não tem pensado em se aposentar em breve, apresentou em Cannes o filme "Wall Street - O dinheiro nunca dorme" (Wall Street: Money never sleeps), sequência do sucesso de 1987. Passados mais de 20 anos da primeira parte do filme (que volta a ter como ator principal Michael Douglas) o diretor demonstrou frustração ao ver que as normas de funcionamento de Wall Street não mudaram tanto como esperava. "Pensei que o sistema seria corrigido com o tempo, mas isso não aconteceu", lamentou Stone, cujo novo filme coloca em destaque a avareza do mundo das altas finanças e que foi rodado em plena explosão da atual crise financeira mundial.
No final deste mês, o diretor virá ao Brasil para divulgar o documentário "South of the border" ('ao sul da fronteira', em português), que aborda o avanço das forças políticas de esquerda na América Latina e registra sua viagem por cinco paísas da América Latina e as conversas com os presidentes Hugo Chavez, Evo Morales, Lula, Fernando Lugo, Rafael Correa, Raul Castro, Christina Kircher e seu mario e ex-presidente Nestor Kirchner. Vale a pena assistir ao trailer abaixo.
FILMOGRAFIA
2010 - Wall Street - O dinheiro nunca dorme (Wall Street: Money never sleeps)
2009 - Ao Sul da Fronteira (South of the Border)
2008 - W.
2006 - As Torres Gêmeas (World Trade Center)
2004 - Looking for Fidel
2004 - Alexandre (Alexander)
1999 - Um Domingo Qualquer (Any Given Sunday)
1997 - Reviravolta (U Turn)
1995 - Nixon
1994 - Assassinos por Natureza (Natural Born Killers)
1993 - Entre o Céu e a Terra (Heaven & Earth)
1991 - JFK - A pergunta que não quer calar (JFK)
1991 - The Doors
1989 - Nascido em 4 de Julho (Born on the Fourth of July)
1988 - Talk Radio
1987 - Wall Street - Poder e cobiça (Wall Street)
1986 - Platoon
1986 - Salvador - O martírio de um povo (Salvador)
1981 - A mão (The Hand)
1979 - Madman of Martinique (curta)
1974 - Seizure
1971 - Last Year in Vietnam (curta)
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